Eu nasci em um meio propício á tal da ditadura familiar. Isto é, uma mãe que assiste televisão de mais, e um pai totalmente subordinado ás decisões da mãe.
Ficar preso em casa não exatamente passa a ser algo que você gosta de fazer quando o faz por 14 anos ininterruptos. A primeira vez que eu fui á um shopping com alguém foi na metade dos meus 14 anos, em julho de 2010. A segunda, 6 dias depois. Agora estamos em novembro de 2010, semana que vem tenho uma festa pra ir na minha cidade natal (que eu amo de coração) e não vou poder ir ao shopping na tarde que antecede a festa, por pura frescura da minha mãe. Eu não posso ir no shopping (um dos menos e mais seguros de Porto Alegre) Lindóia, porque tem gente morrendo em tiroteio no Rio De Janeiro, procure o sentido, e se achar me mande por e-mail, são mais de 4 anos de pesquisa.
E quando você acha que vive mal, chega no muro da sacada e olha pra baixo, e vê outros quinhentos piores que você. Falando em Rio de Janeiro, tenho uma amiga gaúcha que hoje mora lá, e que não vou citar o nome por uma simples questão de ética, que também vive em Ditadura Familiar, só que a dela é de um regime mais fechado, talvez até por ser menina, eu não sei como é ser pai de uma menina, e pretendo morrer sem saber. Mas ao que me parece elas são mais presas por seus pais. Ela é proibida de namorar, de sair com as amigas, e algumas notas baixas e algumas omissões colegiais significam nada mais nada menos do que o corte geral do computador e ter seu telefone celular confiscado, justamente na semana que antecede o seu aniversário.
Tem gente que lucra com os divórcios, por exemplo, "meus pais se separaram porque após alguns anos perceberam que eram distintos demais, minha mãe muito liberal e meu pai o homem mais conservador do mundo". É o caso da família da menina que eu amo. Então, ela deixou o pai pra trás e foi morar com a mãe, podendo assim, ir á qualquer festa, beber álcool, e tudo o mais.
Então, se você aí amigo, tem pais como os meus ou os da amiga do Rio de Janeiro, tente mostrar o non-sense que essa concepção de violência tem, escreva um livro, e terei um belo presente de natal para dar aos meus pais, de preferência que o título seja CRIANDO ADOLESCENTES FELIZES. Uma vez que "Criando Meninos", "Criando Meninas", e "Criando Adolescentes" já existem.
liberte-se dessa ditadura, meu irmão. torço por ti, gust Q <3
ResponderExcluir