domingo, 30 de janeiro de 2011

Política, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Prevenção, Expectativa.

Analisem por favor este box retirado da Zero Hora de 30/01/2011.

A política em Porto Alegre, e também do Rio Grande do Sul tem seus pontos de corrupção, tem seus pontos que nos fazem sentir verognha, e tem também escândalos, mas qual política não tem? Num país em que a presidente nada mais é do que a substituta de um ditador que não vai parar de soprar palavras em seus ouvidos pelos próximos quatro anos, é isso que nosso povo pode esperar otimista.
Mas ao invés de eleger 55 Deputados Estaduais, e depois preencher as outras vagas, nosso Governador, senhor Tarso Genro, decidiu que quatro deputados eleitos apenas façam parte da cerimônia da posse, assumindo horas depois, cargos em seu secretariado. Vejamos agora os pontos bons e os pontos ruins dessa inteligente decisão do Senhor Governador.
Os pontos bons são que na Câmara entrarão os novatos, é um cargo com menos reponsabilidade requerida, apesar de fazer com que os adicionados á ela adquiram muita experiência enquanto exercitam suas funções. Os cargos da secretaria do governador exigem pessoas mais votadas, mais cotadas, mais experientes, e mais organizadas, e foram essas pessoas que foram as escolhidas para sair da Câmara. Muito bem, não deixou com que novatos fossem o braço direito (e dependendo do tamanho dos problemas, até o esquerdo) do nosso estado.
Mas e aí? Será que o Governador Tarso Genro, se fosse apenas um cidadão comum, acharia legal votar em uma pessoa para Deputado Estadual, e colocarem um novato no lugar dela?
Acharia justo eleger Maria e dar o cargo á João?

No fundo sabemos que a decisão foi inteligente e importante, mas também sabemos que Jurandir Maciel, nada mais do que "um novato no Legislativo Gaúcho" como texto cita, não comandará tão bem a parte que lhe "pertence" ou que lhe é esperada, na câmara dos deputados, quanto Lara (que seria Maria do exemplo que citei no parágrafo anterior) que já tem alguma experiência política no estado e no país.
Ao nosso Governador Tarso Genro, simultaneamente um obrigado e um "lamentamos".

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Aborto, o que pensar?

As vezes condenamos o aborto, sem saber de onde ou porque ele veio a estar na vida de alguém, hoje eu debati isso com uma grande amiga minha, que por uma simples questão de ética não terá seu nome citado aqui, e não chegamos á muitas conclusões, pois na realidade são muitas perguntas.


Guto diz (18:23):
*e o aborto?                   
Pessoa X diz (18:24):
*acho ridículo, sério mesmo,é uuma falta de coração cara, é deshumano.

Aí eu pensei no caso do estupro...


Guto diz (18:24):
*eu também acho, mas olha só, e se for o caso de a criança ser fruto de um estupro?
*digamos que a menina estava passeando feliz, e foi estuprada, e engravidou, e não tem condições de criar a criança.
Pessoa X diz (18:26):
*sei lá...ela faz o parto e dps põe pra adoção

Aí eu pedi á ela que deixasse a filosofia de lado, e se colocasse um pouco naquela situação.


Guto diz (18:27):
*imagina tu pegar um fruto do teu ventre, e dizer "não vou nem tentar criar" e colocar pra adoção?
*isso é meio deshumano também
*é melhor cortar o "mal" pela raíz
Pessoa X diz (18:28):
*sim..maas é melhor tu dar uma boa oportunidade pra criança..do que ela ficar na miséria sei lá..passando por dificuldades

E já encerrando o assunto, contextualizei as drogas e as dificuldades do orfanato.


Guto diz (18:28):
*ok
*e colocar ela no orfanato é uma garantia de uma boa oportunidade?
*e se ela fizer 18 sem ser adotada? ela vai pra rua pedir e usar crack.

Como pode se ver, sobram dúvidas, e sobram perguntas, o jeito é fazer um meio em que a base da sociedade em que vivemos não leve as pessoas para o mal caminho de ter a vontade ou mesmo involuntariamente se aventurarem de estuprar alguém.
E que aquelas meninas que engravidam na adolescência e ao invés de contarem aos pais preferem abortar, com medo as vezes até de serem expulsos de casa, pensem que podem ter um médico, ou um engenheiro, ou outras tantas pessoas maravilhosas dentro de si, e que estariam então jogando elas no lixo por medo, que como já disse Milton Nascimento, não deve ser ouvido, pois não leva á nada.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O tempo, o destino e a distância

Hoje eu vim falar de saudade, como é estranho não sentí-la, se existe na face da terra alguém que não sabe o que é a saudade eu gostaria de conhecer essa pessoa e saber o que há no coração dela. Sabemos que a realização pessoal humana, nunca é total, sempre buscamos um algo mais, sempre buscamos um porque, e quando nos sentimos "fartos" e "satisfeitos" já é hora de deixar este plano.
Eu busquei nos ultimos dois anos e meio da minha vida, a mudança de retorno, e agora eu alcancei, novas buscas virão, eu procurarei boas notas, procurarei meus velhos amigos que pararam de falar comigo ao longo do tempo em que me mantive longe do núcleo tão bom que ronda eles todos os dias no colégio.
Mas agora, deixando esse lugar, eu comecei a agradecer as pessoas, á falar com algumas delas de modo tão amigável, coisa que anteriormente eu não fazia, e ví que algumas delas (poucas) se importavam de verdade comigo, e eu não vía, agora que eu ví essas pessoas maravilhosas, somada com a Juliane (que não se inclui no grupo de pessoas maravilhosas apenas porque essa palavra não descreve tudo, ou, um terço do que ela é), isso vai me fazer sentir saudades.
Por isso, nunca esconda que sente saudade, que ama, que gosta, e que quer por perto. Se um dia não sentir saudade de nada, aí sim se preocupe com o que está fazendo e com o rumo que as coisas estão tomando em sua vida, pois ou você não tem história, ou não deseja mais nada pra sí mesmo, então é o fim.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Todo Mundo Tem Um Mundo

Feliz ano novo aos leitores!
Viajei de Porto Alegre até Cristal, uma cidadezinha interiorana super simpática, a uns 200km de distância da capital gaúcha. Chegando aqui na casa de meu avô, percebe-se a tranquilidade que os idosos que residem aqui desfrutam. Meu avô completará 83 anos em Maio de 2011, e mora aqui desde novembro de 2008. A cidade tem 2.000 habitantes urbanos e 4.500 rurais, e além de muito prática, é tranquila de se viver, não tem ruas contra-mãos, deve ter uns 5 ou 6 quebra-molas, também não tem sinaleira, e a tranquilidade no lugar não pára só no meio transital. 31/12/2010, data em que os Porto Alegrenses tem que ficarem privados em suas casas, em suas festas, e em sua vida, Cristal fica com as portas abertas, conhecidos que passam na rua gritam um feliz ano novo distante, respondido sempre com muita educação, é a paz e a solidariedade que sempre existe nas pequenas cidades, que como tudo na vida, tem prós e contras, apesar de que um ponto de vista mais inferior veja muito mais coisas pró.
Aí eu resolvi começar a pensar sobre as pessoas que aqui moram, em tanta tranquilidade, o que se faz? Os 4.500 rurais plantam soja, fumo, arroz e milho. E os 2000 restantes? Bom, se você quer um lugar pra abrir um mercado, com certeza Cristal NÃO É o seu lugar. Acho que já vi quatro mini-mercados em uma mesma rua, e olha que uma rua aqui deve ter no máximo 40 casas. A concorrência é desleal. Quando se fala em comércio, Cristal não tem muita amplitude, nem muita variedade, mas tem muita quantidade. Lojas alternativas, daquelas que vendem desde parafuso até roupa tamanho 64, só tem uma, lojas comuns que vendem roupas, acho que umas três, e mercadinhos, com certeza mais de 10, se for contar os mini-mercados, é claro.
O maior "defeito" da cidade, é que uma parte do loteamento foi feito do lado esquerdo de quem vem da capital, pela BR-116, e outra parte do lado direito. Isso complica muito a vida de quem vive do lado direito, como meu avô e sua esposa, por exemplo. Por esse lado ter surgido posteriormente, e ter sido loteado depois também, é bem menos habitado, bem menos comercializado, e de uma forma ou outra, precisamos atravessar a BR-116 com trevos e rotatórias mal feitas quando precisamos de algum produto mais específico.
Mas voltando ao assunto dos agricultores. Eles são os "pequenos bonecos" das grandes empresas que industrializam o fumo, por exemplo, que é o ramo em que tenho mais contato (todos os primos são plantadores). Eles só trabalham no fumo, sua vida é a lavoura. A lavoura não tem dia, não tem hora, não tem sábado, não tem domingo, não tem feriado. Se choveu ontem, mesmo que hoje seja domingo, terão que plantar hoje, pois amanhã pode não vingar mais tão bem quanto vingaria hoje, e a safra pode ser perdida por apenas 12 horas de preguiça. Hoje é sábado, dia 1/1/2011, e fomos até a beira da "praia" que tem no rio Camaquã (mesmo nome de uma cidade próxima, surgida, é claro, após o rio), e após ver muitos agricultores sentados na beira da praia tomando cerveja eu me pergunto, vale a pena?
Vale a pena ficar debaixo do sol 11 horas por dia, pra passar o dia do ano novo tomando uma cerveja, e chegar em casa domingo, e voltar á amarrar fumo em vara e carregar estufa?
Sinceramente, eu tenho é muito respeito e admiração por toda essa gente, que trabalha sem reclamar da vida, sendo produtores primários, sendo o que sustenta não só a indústria tabagista, mas também a graneleira do país, sem sequer se perguntar um minuto se o que estão fazendo é bom pra eles. Não vou citar nomes, mas conheço uma mulher de 37 anos moradora da região, que á julgar pelas aparencias, eu chutaria uns 45 anos de idade, destruída pela lavoura, e pelos problemas da vida que todos temos.
Meus parabéns fumicultores, plantadores de milho, de soja, de arroz, de cana, de beterraba, de melancia, e das infinidades de coisas deliciosas que podemos provar aqui.
Eu não poderia deixar de citar o mito de Platão, sobre o homem que levava a pedra até o topo da montanha, aonde uma força maior jogava a pedra lá embaixo novamente e o mandava buscar. E ele fazia o trabalho sem questionar, esses são os agricultores do Rio Grande do Sul, do Brasil, e do Mundo, que além de não questionar, não reclamam, e mantém firme a alimentação básica de todos nós.